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| Maestro Spok - Foto: Divulgação |
A orquestra se inspira no legado jazzístico fundamental, o improviso. Surgida em 2003 sob a batuta de Inaldo Cavalcante de Albuquerque, o maestro Spok, a orquestra traz experiências que remontam ao fim da década de 1990. Em Pernambuco, onde o frevo nasceu, vínculos centenários prendem o gênero à rua, à dança e à festa.
Seus atributos musicais, sofisticação e originalidade justificam o propósito maior droa SpokFrevo: arrancar o frevo do seu papel coadjuvante e levá-lo ao palco, como ator principal. Antes da SpokFrevo Orquestra, a orquestra se chamava Banda Pernambucana, formada em 1996 para acompanhar shows de artistas pernambucanos. "Em janeiro de 2003, ressurgimos como nome SpokFrevo Orquestra, em um batismo de Wellington Lima, agente e produtor artístico na época. Portanto, a SpokFrevo Orquestra se formou oficialmente como grupo em 2003, mas as suas origens remetem a, pelo menos, uma década antes. Trata-se de uma "big band" com um naipe de saxofones, trompetes e trombones, além de percussão, contrabaixo e guitarra", explica Inaldo Cavalcante de Albuquerque.
A ousadia da orquestra é reconhecida pela crítica, que enxerga sua proposta musical como precursora de uma nova escola. Em 2009, o CD Passo de Anjo - Ao Vivo conquistou o prêmio da Música Brasileira como melhor disco instrumental do ano, e a SpokFrevo venceu como melhor grupo na categoria instrumental. A orquestra conquistou seu espaço em um duplo movimento que lhe garante presença assídua nos principais festivais e palcos da música instrumental do Brasil e da Europa, e deu ao frevo o devido reconhecimento como gênero singular e versátil, o bastante para ser executado o ano todo, transcendendo a folia e o passo.
A relação da SpokFrevo com Pernambuco e seus ritmos surgiu com o frevo, que nasceu há 100 anos e era tocado principalmente em festas e eventos de rua. Há cerca de dez anos, a SpokFrevo surgiu para dar uma nova dimensão ao frevo, propondo a ele um novo papel de destaque e lançando uma luz em suas texturas originais e também nas suas técnicas complexas de execução, ao mesmo tempo em que mantinha o respeito às suas raízes tradicionais. " A SpokFrevo, na verdade, faz o frevo de rua ( o frevo instrumental). São 17 pernambucanos no palco que nasceram ouvindo essa música e que não têm como não executá-la com propriedade.
A diferença está nos arranjos, que são feitos com o propósito do improviso do improviso, para que o músico possa colocar seu coração ali. E nossa relação com outros ritmos é sempre muito forte, prova disso é que nosso próximo disco terá a participação marcante da sanfona", conta Spok.
Maestro Spok conta ainda que uma das características da orquestra é o improviso. "Felinho foi um saxofonista da famosa orquestra do maestro Nelson Ferreira e um dos primeiros a começar os improvisos em suas performances. Isso foi a faísca para uma grande revolução na forma como o frevo era tocado até então, e pela primeira vez, o público passou a perceber a performance solo de um músico do frevo. Como músicos de frevo, hoje, nós nos sentimos bastante influenciados por aquele toque de ousadia que Felinho trouxe, deixando fluir sua performance em vez de somente fazer parte da orquestra. Diante dessas inovações que fizemos, a reação foi ótima".
