quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Mudanças no Trânsito do Recife Provocam Insatisfação na População

Trânsito na Av. Agamenon Magalhães/Foto: Anne Coifman
Para os motoristas e pedestres, o trânsito da cidade do Recife está cada vez mais caótico.
Em horário de 'pique', o congestionamento pode alcançar vários quilômetros, causando transtornos a quem precisa enfrentá-lo. Quem circula no início da manhã e final da tarde, tem que estar munido de paciência e disposição para enfrentar a lentidão.

O governo do Estado implantou projetos para melhorias, mas segundo os transeuntes, não foram suficientes para resolver os problemas do trânsito em Pernambuco. Ciclovias, expansão de pistas e melhor sinalização aliviaram o caos, mas problemas com reformas em horários de pique andam deixando os pernambucanos com os nervos à flor da pele.

Em uma audiência para debater a questão da mobilidade em Recife, o candidato a vereador Maré Malta abordou as questões que afligem os motoristas. Segundo Malta, " O principal problema do trânsito no Recife é uma deficiência do poder público, que não acompanhou o desenvolvimento da cidade. Estamos falando de uma cidade de quase 500 anos, que precisa ser adequada ao progresso, que nos últimos anos gerou uma grande demanda de veículos.

De acordo com o Detran, até julho de 2012 foram licenciados 1.980.970 veículos em Pernambuco, 988.202 na Região Metropolitana do Recife e 553.236 em Recife e a tendência é crescer cada vez mais.
Durante uma reunião para discutir as insatisfações geradas pelo Projeto Binário e tentar adequar a situação para toda a população, a Presidente da CTTU Maria de Pompéia afirmou que a "prioridade no trânsito do Recife eram as bicicletas" a qual gerou revolta dos presentes na discussão. As melhorias propostas pelos candidatos às eleições são, além de um acompanhamento com qualidade do progresso econômico do estado, maior qualidade dos transportes públicos.

Apesar das melhoras postas em ação, a situação continua difícil. Para Cláudio da Silva, 39, andar de ônibus é quase sempre perigoso, "já caí duas vezes do elevador para cadeirantes, em diferentes ocasiões, porque o cobrador e o motorista não sabiam manusear corretamente o aparelho". Acidentes assim ocorrem com mais frequência que deveriam, pela falta de preparo correto e às vezes por má vontade. Este só adiciona a vários problemas relacionados, como paradas de ônibus estreitas na Avenida Agamenon Magalhães, motoristas "queimando" paradas e estacionando longe destas.

Cidadãos também têm reclamado das más condições em que alguns ônibus se encontram. Sinais de parada quebrados ou defeituosos, assentos sujos e barras de apoio soltas são alguns dos problemas mais recorrentes. Os atrasos também entram no assunto da discussão e em média duram entre 30 a 40 minutos, é um grande inconveniente para qualquer trabalhador, estudante e, principalmente, idosos e deficientes físicos.

Uma situação que ocorre a muitos idosos quando usando o transporte público é o motorista ignorando-os completamente. "Eu estava esperando o ônibus sozinho em uma parada onde eles não podem parar perto, em Olinda. Já estava esperando há algum tempo e quando ele veio, passou direto, mesmo tendo visto que eu tinha dado o sinal de parada", diz Antônia Fraga, de 80 anos. Ela também declara que isso já ocorreu com várias outras pessoas de sua faixa etária, conhecidas ou não, mas que a situação já melhorou bastante ultimamente.

Em geral, Recife ainda deve caminhar um longo caminho para que a população possa ver resultados eficientes e não só projetos que "aliviem", mas soluções que irão melhorara a longo prazo a vida das pessoas.




Por: Anne Coifman

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