quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Apevisa faz apreensão recorde de chumbinho

cerca de uma tonelada da substância foi encontrada em Vitória de Santo Antão


Material apreendido pela Apevisa/ Foto Anne Coifman
A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) apreendeu na última terça-feira (12), em Vitória
de Santo Antão, Mata Sul de Pernambuco,  cerca de uma tonelada de chumbinho (considerado popularmente, como raticida), substâncias químicas usadas na produção, além de arsênico, para confecção de cupinicida, ambos sem registro.

“Essa é a maior apreensão de chumbinho já feita no Estado. Já levamos todo o material para a Secretaria de Saúde de Vitória de Santo Antão e, na manhã de hoje, vamos continuar a contagem e fiscalização dos produtos apreendidos”, explica o Gerente-Geral da Apevisa, Jaime Brito.

A operação em parceria com a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária do município, aconteceu no armazém do suspeito, no bairro do livramento através de uma denúncia anônima. O homem fabricava o material no local com matéria-prima que vinha de Minas-Gerais.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a apreensão do material tóxico em Pernambuco, foi a maior  do Brasil.

Arsênico encontrado /Foto Anne Coifman
Na manhã desta quarta-feira (13.11), a operação encontrou outro depósito, também em Vitória de Santo Antão, pertencente ao mesmo dono da fábrica interditada ontem (12.11). No local, foram apreendidos aproximadamente 250 kg de arsênico.

Todo o material será encaminhado para a Apevisa para análise e em seguida será incinerado.

O chumbinho é um agrotóxico utilizado em determinadas culturas agrícolas e vendido apenas com a receita de um agrônomo. O insumo acaba sendo fracionado por comerciantes ilegais, que acrescentam outros componentes, e vendido em feiras livres, principalmente como raticida.

A venda não era feita no armazém, que era destinado apenas para a fabricação. A polícia acredita que o suspeito comercializava o chumbinho há 20 anos.

“O chumbinho causa problemas no sistema nervoso, respiratório, cardiovascular, digestivo. Depois da ingestão, a pessoa, normalmente, tem a diminuição dos batimentos cardíacos, dor abdominal, a pupila diminui, tem problema para respirar, fica suando muito e salivação excessiva”, explica a coordenadora do Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox), Lucineide Porto.

Material chega na Apevisa/ Foto: Anne Coifman
 Só em 2013 (até outubro), já foram contabilizados 208 casos de intoxicação por chumbinho, com 25 óbitos. Em 2012, foram 248 casos e 27 mortes. Desde 2005, foram 3.459 pessoas intoxicadas e 274 óbitos.

Na operação, foram apreendidos 850 kg de chumbinho em pacote, 50.500 de chumbinho em frascos, 250 kg de Arsênio em latões, 27 kg de Arsênio em potes, 4.680 sachês de 25g do raticida granulado Ratomax, 4.600 frascos de embalagens vazias de chumbinho além 2.650 potes de embalagens vazias de arsênico.

A Apevisa informa que o uso doméstico do chumbinho é terminantemente proibido em todo o Brasil e que ele não tem ação efetiva contra colônia de ratos.

O suspeito de  70 anos, foi encaminhado para o Presídio de Vitória, autuado por armazenar o produto ilegal. O crime considerado Hediondo (crime contra a saúde pública) é inafiançável com pena que varia de 10 a 15 anos.

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